terça-feira, janeiro 05, 2010

Pro Musica Girls Choir



Começamos, a partir de hoje, a lançar uma série de posts com vídeos de actuações de Coros Femininos from around the world. Seria interessante analisar estas actuações com um olhar crítico, encontrando pontos de convergência ou de divergência com o nosso próprio coro, a vários níveis:
- Disposição em palco ( em U? duas filas? entremeadas? espaçadas?)
- Postura em palco (com ou sem estante? onde é que eu ponho as mãos???)
- Relação com o público (expressões faciais mais sérias ou mais descontraídas? interacção com a audiência?)
- Qualidade vocal e estética de som
- Repertório (mais Erudito? Popular? Jazzístico? Moderno? Pop?)
E claro...
- ...a Roupa, Farda, Traje, Farpela, chamem-lhe o que quiserem!!!
Contamos com as vossas contribuições, que é como quem diz, quando virem uma roupa de que gostem digam ;) ...
Começamos com um Coro de enorme qualidade, ou não fosse oriundo da Hungria, Pro Musica Girls Choir, sob direcção de Denes Szabo. Esta actuação, de uma peça belíssima - Ave Maria de Franz Biebl - tem imensos pormenores interessantíssimos de notar... descubram-nos...

8 comentários:

Pianoman disse...

Elas são simplesmente fantásticas e isto, para mim, deve-se a alguns factores:
- A disposição (em palco e fora dele), que cria uma grande envolvência (eu faço ideia a sensação que foi ouvir isto ao vivo...)
- A afinação impecável como coro.
- O timbre como coro. Fantástico !
- O tempo que devem dedicar a ensaiar...
- A peça é lindíssima.
- A postura em palco também ajuda (mas não é o mais importante)

E claro...os dois factores mais importantes (hehe): a ausência de um pianista e a PRESENÇA de um baixo !

Anónimo disse...

Esta música e intrepertação estão mesmo divinas. No caso concreto deste coro do vídeo vê-se que têm muitos ensaios, porque para chegar a um estado de maturação que esta peça tem é preciso trabalhar muito. Em Portugal é pouco comum verem-se coros não profissionais sem partituras, sendo que quando isso acontece está, por vezes (nem sempre!) associado a alguma falta de qualidade. Quanto ao facto de serem filas únicas eu discordo. Enquanto corista torna-se complicado ouvir com a mesma definição do que as 2 filas.
Quanto ao repertório creio que como são um coro jovem, deviam apostar em músicas para um público que se identificasse convosco.

A palavra chave neste vídeo é mesmo o trabalho.

PS: Quanto a trajes fardas etc , eu abstenho-me!

Raquel disse...

Concordo em parte com as duas opiniões anterioires. É de facto um coro muito bom, grande afinação, coesão, tudo características que espelham muito trabalho. O facto de estarem sem partituras é realmente determinante, já experîenciamos isso entre nós e sabemos o resultado que podia ter. Sei que é muito cmplicado, para mim tambem o seria, mas entre a hipótese com estante ou sem ela, eu diria sem partituras. Quanto à fardamenta, a eterna questão, voto numa peça deroupa comum tipo blusa ou saia e deixar o resto ao critério de cada uma, já dava alguma uniformidade... Fica a sugestão!

Silvia disse...

Ui...Até dói de tão belo que é... Pois nota-se o trabalho e a dedicação destas coralistas, o tempo que dedicam a ensaiar. Não podemos comparar-nos com nenhum país que tenha tido um passado comunista, no que diz respeito à disciplina e à dedicação que têm às artes. Isto não está em nós, não é possível. Mas podemos ir "beber" alguns exemplos a estes coros, como a postura, a farpela, a disposição. Nós já o tentamos fazer, mas ainda não conseguimos. Podíamos começar, de uma vez por todas, com a farda. Bolas, é uma coisa tão simples! Porque é que para nós se torna uma tarefa quase impossível??? Temos de UNIFORMIZAR, no mínimo. Como sugeriu a Raquel, usarmos TODAS ou saias ou calças. Depois vamos fazendo o resto, blusas iguais quem sabe. Vamos ao poucos, que tal?

Raul Avelãs disse...

Ó Sílvia, desculpa lá mas não concordo nada contigo. Claro que a tradição musical da Hungria não tem nada a ver com a nossa, mas existem coros em Portugal com muita qualidade (o Coro de Câmara de Lisboa, por ex.), o que prova que é possível. A diferença está no nível de instrução musical genérico que nestes países é levado a sério e cá não, o que faz com que haja maior quantidade por onde escolher.
Agora, que este coro é muito bom, não há dúvida. E a peça é muito bonita.

Silvia disse...

Ok, mas quantos Coros de Câmara de Lisboa existem em Portugal? Continuo a achar que não há comparação possível, estes países são imbatíveis, no que diz respeito às artes.
E esta peça? Eu já a ouvi antes, e acho que foi um coro português, mas não tenho a certeza. Tu nunca trouxeste esta peça para nós Raul?

Raul Avelãs disse...

Não, mas posso tentar arramjá-la se quiserem...
Pois não há muitos, por isso é que disse que era uma questão de quantidade. Mas, na Hungria, antes do Kodaly ter conseguido introduzir o seu método no ensino regular, o nível não era nada como o actual. Essa é a verdadeira diferença. Não o resto.

Unknown disse...

Muito bom! Um domínio do diafragma invejável. Pessoalmente não vos colocaria tão afastadas umas das outras, mas claro que, acusticamente e com vozes assim bem trabalhadas, tem um resultado excepcional. Preferia vê-las de braços esticados ao longo do corpo; mas aquela posição também facilita a respiração ;)

Quanto à roupa, escolheram uns tons que fogem ao tradicional preto. Interessante, também.