Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal, no dia 15 de Setembro de 1765 e morreu em Lisboa, no dia 21 de Dezembro de 1805. A sua cidade natal presta-lhe homenagem, dedicando-lhe este dia como Dia da Cidade e Feriado Municipal.




Já se afastou de nós o Inverno agreste
envolto nos seus húmidos vapores;
a fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:
Varrendo os ares, o subtil nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste:
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza.
Destas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar dar corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!